[Artigo publicado no jornal Brasil Econômico de 10/10/2009]
Imagina num domingo de sol você pega o carro e leva sua mulher, seus filhos e o cachorro para um bucólico passeio no campo. Não precisa nem ir longe, depois de andar 30 ou 50 km, você chega a um simpático supermercado ao ar livre, onde a sua família poderá colher as frutas, verduras e legumes da semana, almoçar um belo franguinho assado, brincar e voltar para a casa no final da tarde.
Para os parisienses, este programa já existe há vários anos. O sujeito pega o metrô e desce na periferia da cidade, já na zona rural, onde pequenos sitiantes oferecem o serviço de colhe-pague, além de servir uma refeição caseira, acompanhada de bons vinhos. O consumidor faz a feira, almoça e passa o dia no campo.
Soube que o maior supermercado brasileiro está buscando áreas próximas a São Paulo para montar uma rede de market farm. A idéia é associar a produção de alimentos orgânicos ao turismo rural. A família Iglesias, dos restaurantes Rubaiyat, pioneira no conceito da fazenda ao prato no Brasil, também tem planos de montar seu Rubaiyat off road e produzir verduras e legumes orgânicos.
O chamado cinturão verde de São Paulo é uma área extremamente propícia para este negócio. Desde 1994, o cinturão verde é considerado pela Unesco como reserva de biosfera. Esta reserva reúne, além de São Paulo, 71 municípios e tem 1,540 milhão de hectares, que circunda a área urbana de 220 mil hectares. A coordenação da reserva é feita pelo Instituto Florestal da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.
Pouca gente sabe, mas domingo sim, domingo não o Expresso Turístico parte direto da Estação da Luz, em São Paulo, para Mogi das Cruzes, a 48 km da capital. Com dois vagões de ferro conduzidos por um imponente locomotiva a diesel, o trem da CPTM sai pontualmente às 8h30 para uma viagem pelo tempo nos trilhos da antiga São Paulo Railway Company, a primeira estrada de ferro de São Paulo, construída em 1867. Em Mogi, os passageiros conhecem orquidários, visitam sítios históricos, almoçam e fazem compras. E os pequenos sitiantes agregam valor à sua produção com o turismo rural.
A aproximação entre o consumidor e o produtor de alimentos é uma tendência mundial. Nos EUA, várias fazendas de leite já estampam nas embalagens de seus produtos um endereço eletrônico, permitindo ao consumidor conhecer via Internet o fazendeiro e até a vaquinha que produziu o seu leite.
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