quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Uma aventura picante para se fazer neste fim de semana em Brasília

De futebol, cachaça e mulher, todo o brasileiro acha que é mestre, mas de uns tempos para cá, principalmente entre o pessoal da chamada classe média (em vias de extinção), surgiu o sujeito que se diz entendido de comida. É aquele cara que faz a melhor picanha, que tem a manha de comprar a melhor linquiça da cidade, que prepara a muqueca de peixe mais saborosa do planeta ou que já descobriu o segredo daquele maravilhoso molho de cebola do Chope do Gonzaga, de Santos.

Este cara, o entendido de comida, vira e mexe também inventa de oferecer uma pimentinha esperta para seus convidados. Fique bem alerta: por causa de um sujeito destes fui parar numa proctologista (mulher, lógico!), e me poupem mais detalhes sobre esta dolorida aventura gastronômica.

Mas esta semana descobri num release da Embrapa porque o Brasil, além de futebol, cachaça, mulher, café e samba, também é campeão mundial da pimenta. De acordo com o pessoal da Embrapa, o agronegócio de pimentas movimenta, do processamento até à comercialização, cerca de R$ 80 milhões por ano, e os pesquisadores têm investido muito na parceria com empresas privadas e associações de produtores para desenvolvimento de variedades resistentes a viroses e com características melhoradas para atender as exigências do mercado mundial. [Será que um dia vão criar uma pimenta transgênica que não provoque hemorróidas?].

As variedades mais cultivadas por aqui são malagueta, dedo de moça, cumari e a "de cheiro". Diz o texto distribuído pela Embrapa que as pesquisas estão buscando a melhoria de uma nova variedade conhecida como "biquinho" (dói só de pensar!), pimenta doce e muito utilizada no Triângulo Mineiro.

Um dos focos das pesquisas da Embrapa é conservar a maior quantidade possível de variabilidade genética dessa espécie para garantir material para o melhoramento genético. A coleção de pimentas da Embrapa Hortaliças, em Brasília, é hoje uma das maiores e diversificadas do mundo.

Além disso, a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia mantém uma espécie de "backup" da variabilidade genética de pimentas. A unidade conserva mais de 440 acessos de pimentas de diversas espécies em câmaras frias a 20°C abaixo de zero, onde podem permanecer por até 100 anos. Aquela famosa, "que matou o guarda", deve fazer parte desta coleção.

Quem passar por Brasília nos próximos dias, pode fazer um programa picante na Feira Botânica do Shopping CasaPark, que vai até domingo. As mais perigosas pimentas da Embrapa estarão à mostra.