quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

NASCEU O HEITOR NATALI, EM HOMENAGEM AO VILLA-LOBOS!

Esta não dá para deixar de contar. Como você já deve saber, estou produzindo um show do grande pianista Amilton Godoy interpretando Villa-Lobos. E para divulgar o evento tive que recorrer aos velhos colegas do Caderno 2 e da Ilustrada. Só que a maioria deles já pulou fora da Folha e do Estadão, e o negócio ficou difícil. Mas, na segunda-feira, lendo a Folha, me deparei com um artigo de um grande amigo, o JB Natali, jornalista especializado em música clássica.

“É isso ai, pensei, “o velho Natali não vai me deixar na mão!”
Liguei logo para a Folha e fiquei sabendo que o Natali virou frila e escreve esporadicamente para a Ilustrada. Mas me passaram o telefone da casa dele. Atendeu um cara desconfiado, com uma voz estranha:
- Quem quer falar com o Natali?
- É um amigo, jornalista, ele está?
- Não, ele precisou levar a esposa para fazer uns exames no hospital. É o sogro dele que está falando.
- Ok, depois falo com ele.
- O senhor não quer deixar recado?
- Não, depois eu ligo.

Fiquei imaginando o pobre do Natali, que deve ter hoje uns 65 anos, levando a velha esposa para o médico. Talvez com sintomas de Alzhmeir ou coisa parecida. O sogro, que deve estar beirando os 90, também vive com ele e necessita de cuidados 24h. Provavelmente é tratado por uma enfermeira alemã, mal encarada e cara. Vida desgraçada essa!

Qual não foi a minha surpresa (mas deveria ter desconfiado em se tratando do grande Natali), quando consegui finalmente falar com ele hoje no celular:

- Natali, tudo bem, você pode falar? Eu disse eu, baixinho, tomando cuidado para não acordar a esposa adoentada e o sogro caquético.
- Quem é?, ele gritou.
- É o Bruno Blecher, lembra?
- Ô Bruno, que maravilha! Você não imagina onde eu estou!, ele disse, todo eufórico. Ainda estou com a roupa da sala de cirurgia, todo suado e sujo! Acabou agora a pouco!
Que merda, eu pensei. A mulher está com câncer, em estado terminal. Mas estranhei o tom de voz do Natali, um tanto alegre para uma ocasião tão sinistra.
-Pôxa, Natali. O que aconteceu, cara? É grave?
- Acabou de nascer o meu filho!!!!
- O que está me dizendo, Natali. Você virou pai de novo!
- Pois é, sai da Folha em outubro do ano passado, conheci uma mulher legal e acabei grávido!
- Que maravilha!
- Mas, diga, o que você quer? Alguma coisa urgente?
- Não, nada. Ou melhor, estou produzindo um show com o Amilton Godoy, lembra dele?
- Lógico, uma baita pianista, do Zimbo Trio.
- Pois é, pensei que você poderia dar uma nota na Folha, ele vai tocar Villas-Lobos.
- Cara, agora não vou poder te ajudar, mas liga lá na Folha para a fulana, da Ilustrada, e diga que eu pedi, tá bom querido?
- Legal, obrigado, Natali, valeu! À propósito, é menino ou menina?
- Menino! O Heitor!
- Heitor? Por quê, Heitor?
- Por causa do Villa-Lobos, ora!
Digo e repito: cada vez que leio os jornais, mais eu acredito na minha folhinha do Seicho-No-Ie.

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