terça-feira, 9 de março de 2010

RETALIAÇÃO MIRA OS EUA E ACERTA O CONSUMIDOR BRASILEIRO

Ao fim e ao cabo, a tal da retaliação aos EUA, por conta dos subsídios ao algodão,vai acertar mesmo o consumidor brasileiro. E o pior -- deve atingir o povão, que vai pagar mais caro pelo pãozinho.
É que o trigo é um dos produtos que terão sua tarifa de importação elevada, quando proveniente dos EUA.
Como a safra brasileira, de cerca de 5 milhões de t/ano, não dá para o gasto, e a da Argentina tem altos e baixos, o Brasil vira e mexe recorre ao trigo americano para suprir a demanda interna.
Segundo a Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), o trigo americano, além de mais barato, está mais próximo dos moinhos nordestinos.
Resumo da ópera: se o Brasil elevar a tarifa de importação do trigo americano para 30%, vai provocar o aumento dos derivados do cereal como o pão e as massas. Um tiro no pé do consumidor. No bolso, aliás.

Um comentário:

  1. Bruno, você foi muito feliz no seu comentário. Apesar do seu crescimento, o agro ainda é visto com olhos enviesados pela população urbana. E o setor muitas vezes não se dá conta disso, não percebe que tudo é interligado. E o caso do contencioso do algodão. De maneira justa, o Brasil ganhou a causa na OMC. Todavia, como os EUA não cumpriram, o Itamaraty resolveu retaliar. Só que esta retaliação, como você muito bem disse, vai atingir em cheio produtos do nosso dia-a-dia. Aí mora o perigo. O que a população vai pensar? "O preço do meu pãozinho aumentou porque os fazendeiros de algodão vão embolsar uma grana preta dos EUA." Pode aparecer absurdo, mas é este tipo de percepção que emergirá. Produtor rural é fazendeiro para a sociedade urbana e fazendeiro para a sociedade urbana é gente rica. O agro tem o desafio de mostrar os benefícios desta retaliação para todas as camadas da população. Tem que ter visão holística, não sectária.

    Ronaldo Luiz, jornalista (www.comresultado.jor.br)

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