Dados divulgados pela FAO no Dia da Alimentação (16 de outubro) mostram que a fome no mundo já atinge 1 bilhão de pessoas, o equivalente a cinco vezes a população brasileira. Mas os técnicos da FAO não estão hoje preocupados apenas com a fome. Há outras ameaças como a chamada “transição epidemiológica”, que afeta países como o Brasil. Com o aumento do poder aquisitivo, as classes de menor renda mudaram seus hábitos alimentares, trocando produtos naturais por industrializados. A conseqüência é o aumento das doenças degenerativas como câncer e complicações cardíacas.
“Para reduzir o impacto dessas mudanças nos hábitos alimentares à saúde, as políticas públicas deveriam levar informação e orientação aos consumidores. Uma idéia é introduzir a educação alimentar no currículo do ensino fundamental. Outra é ter uma regulamentação mais rígida em relação à propaganda sobre os alimentos”, propõe o professor Walter Belik, da Unicamp.
Tem toda a razão o professor Belik. Você já reparou que supermercados e padarias reduziram a altura de seus expositores de balas, chocolates e doces, principalmente aqueles que são embalados como brinquedos, para torná-los acessíveis à criançada? Da mesma forma que os Mc Donald´s da vida cada vez mais estão parecidos com lojas de brinquedos e parque infantil.
Aliás, isto já foi tema de pesquisa da Consumers International (CI), entidade que congrega associações de defesa do consumidor, que divulgou um alerta no Dia Mundial de Alimentação. A pesquisa avaliou os cardápios e as estratégias de marketing utilizadas pelas grandes redes como McDonald´s, Burger King e KFC. Por aqui, O Idec analisou as redes Bob's, Giraffas e Habib's.
Uma das conclusões é que os “brinquedos” oferecidos à criançada pelas redes têm níveis altos de gorduras totais, gorduras saturadas e sódio. Para você ter uma idéia, o tal do "lanche feliz", o mais famoso deles, contém 636 calorias e 10,3 g de gordura saturada (54% da recomendação diária). É uma felicidade peso-pesado!
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