Depois de ganhar na semana passada 14 páginas (e a capa) da britânica The Economist -- Brasil takes off", ocupamos agora 11 páginas de El País Semanal (Espanha), com o título de Brasil El Gigante Despierta. Pré-sal, Copa do Mundo em 2014, Jogos Olímpicos 2016, enfrentamento da crise. Motivos não faltam; o Brasil é a bola da vez, e Lula é bom no taco, temos que reconhecer. Soube aproveitar como nenhum outro presidente a onda positiva.
BOLSA-SALGADINHO
O editorial da Folha de hoje alerta para o "engordecimento" da população brasileira. É verdade que o Bolsa-Família tirou muita gente da miséria e levou feijão com arroz ao prato de gente que passava fome nos grotões deste imenso país. Mas agora começa a repercutir negativamente na dieta (e na saúde) dos brasileiros, que passaram a ter acesso a bolachas, batata frita e outras porcarias.
SOBREPESO
Dados do IBGE mostram que os brasileiros ficaram mais altos e gordos. De 1974 a 2003, o IMC médio (ìndice de massa corpórea) chegou a 24,7 para as mulheres e 24.6 para os homens, índices próximos dos 25 que já representam sobrepeso.
OVERDOSE DE AÇAÍ
Mas não vi obesos durante a viagem que fiz na semana passada no Pará. A garotada de Muaná, na Ilha da Marajó, tem uma cara bastante saudável graças à overdose de açaí. Eles comem açaí à toda hora: no café da manhã, no almoço, no lanche, na janta, além de muito peixe e sucos de frutas (cupuaçu, bacuri, graviola e outros) e a castanha do Pará.
VÍCIO ROXO
O que não falta em Belém do Pará é lojinha de açaí, identificadas por uma plaquinha vermelha. Elas estão por todos os cantos da cidade e superam em número até as igrejas universais. Graças à Deus, porque o culto ao açaí, denunciado pelo sorriso roxo dos viciados, é extremamente saudável.
ANTIOXIDANTES
O pigmento que colore os dentes — a antocianina — é uma das substâncias que combate os famosos radicais livres, moléculas que destroem as células do nosso corpo. Segundo um estudo publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry, que reuniu cientistas de sete instituições do Canadá e dos EUA, os consumidores de açaí têm uma quantidade de moléculas antioxidantes três vezes maior do que o habitual.
BEBA COM MODERAÇÃO
A polpa e o suco contribuem para a redução de substâncias inflamatórias ligadas a doenças do coração, à artrite e até à obesidade, embora o açaí seja bem calórico. Mas os cientistas recomendam moderação: um copo de suco de aproximadamente 300 mililitros por dia ou uma tigela pequena da polpa da fruta é suficiente.
TÁ LIGADO?
Tem mais: cálcio para fortalecer os ossos e fósforo, que ajuda a fixar o cálcio no esqueleto, além de minerais, que previnem problemas de memória e fraqueza física.
DEMANDA FORTE
A demanda por açaí pelas agroindústrias e “batedeiras”, além de polpa congelada, está em franca expansão. Em Belém, o consumo per capita é estimado em 43 kg por habitante ao ano, mais do que laticínios, carne bovina, cereais e farinha.
SUCESSO NOS EUA
A Veja publicou recentemente uma reportagem sobre o sucesso do açaí nos EUA, eleito com um dos sabores de 2007. A Anheuser-Busch, segunda maior fabricante de bebidas do mundo e recentemente adquirida pela Ambev, lançou um energético de açaí, o 180 Blue; a Bolthouse Farms, empresa americana que fabrica sucos de fruta, inaugurou nos arredores da cidade de Belém sua primeira instalação fora dos EUA, que consumiu mais de 10 milhões de dólares de investimento. A Procter & Gamble, fabricante de cosméticos, lançou xampus, sabonetes e cremes à base de açaí.
VERÃO MARAJOARA
Eduardo Gomide, o CEO da Muaná Alimentos, promete invadir as praias do litoral sul de São Paulo (Praia Grande, Guarujá e Bertioga, principalmente), com o açaí que produz nas fazendas da Ilha do Marajó. "Vai ser o verão do açaí", aposta ele. Em dezembro, as batedeiras da fábrica estarão a todo vapor para abastecer as praias paulistas com o mais puro açaí da Amazônia. Primeira empresa a ter certificada a produção de palmito de açaí pelo FSc (Forest Stewardship Council), a Muaná produz açaí 100% orgânico.
FECHA ASPAS
"Em novembro de 2008, a rainha [Elizabeth II] chegou ao London School of Economics e disse: a única coisa que eu quero saber é o seguinte -- há um século os senhores estão aqui estudando. Como é que não previram essa crise?"
ANTONIO DELFIM NETTO hoje em entrevista na Folha de S.Paulo.
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