Não gosto muito de janelinha de avião; tenho claustrofobia, sinto-me preso, me dá um certo pânico, mas quando o destino é Santos Dumont não tem jeito. Não há coisa mais linda do que pousar numa manhã de sol na cidade maravilhosa, com o Pão-de-Açúcar de um lado, o Cristo do outro e a Baia da Guanabara lá embaixo. Pode ter bala perdida, trânsito, calor de 40° graus: O Rio de Janeiro continua lindo. Clique no link abaixo para aterrissar comigo no Santos Dumont
http://www.youtube.com/watch?v=ASQsMXOt2-4
ALÔ, ALÔ, TORCIDA DO FLAMENGO
Nem foi preciso pegar um táxi. O Ibis está a poucos metros do Santos Dumont e vou a pé pela passarela, assobiando Tom Jobim e com uma vontade louca de vestir a camisa do São Paulo, só para zoar com os flamengistas. Alô, Alô, Gomide, aquele abraço, alô torcida do Flamengo...
ESTRESSE DE AEROPORTO
Não sou muito chegado a avião. Não que eu tenha medo, mas pelo desconforto. O estresse começa no check-in. A atendente batuca as teclas do terminal, suspira, batuca de novo as teclas. Tec-tec-tec. Olha para mim com o rabo de um olho, meio desconfiada, enquanto o outro olho procura na tela a reserva. De repente, ela me interroga: o senhor fez esta reserva aonde? E ai me dá um friozinho na barriga, e vem todo o meu trauma judaico, a mania de perseguição - Pronto! não tem reserva, vou perder o vôo, não tem jeito. É sempre assim: em Londres, Jerusalém, Nova York ou Rio de Janeiro.
GATE 64
O problema da reserva se resolve e sigo para o portão indicado no tiquete. Alguém já conseguiu embarcar no portão original? Eu nunca. Logo aquela vozinha chata avisa: atenção passageiros do vôo Varig 1508 com destino a Santos Dumont, em virtude do reposicionamente da aeronave o embarque que seria realizado pelo portão 8 será feito pelo portão 64. Lá vou eu com duas malas nas costas, reposicionar-me no aeroporto.
BARATA TONTA
Outra coisa que me deixa louco em avião é a espécie barata tonta. Aquele sujeito meio bala perdida, que vai enroscando as suas dez malas nas poltronas, porque barata tonta não despacha nada. Ele pisa no seu pé, tropica no pé da poltrona, empurra todo o mundo . O legítimo barata tonta de avião costuma parar repentinamente no meio do corredor, sem dar o sinal de seta. Ou seja, você tem que estar equipado com freios ABS reguladíssimos para evitar a trombada.
POLTRONA MICO
Mas o triste mesmo no avião é quando te colocam na poltrona do meio, ladeado por dois gordos, daqueles que já estão se preparando para fazer a operação de redução de estômago. Ai é terrível. Na poltrona do meio, você tem ficar com as asas grudadas no corpo. Não dá nem para ler bula de remédio, quanto mais um jornal.
AO TRABALHO
O papo está bom, mas tenho que ficar por aqui. Afinal, não vim ao Rio a passeio. Estou aqui para o Congresso da Sociedade Nacional da Agricultura. Mando notícias de lá, embora mais à noite um chopinho é de lei.
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