terça-feira, 8 de dezembro de 2009

MÚSICA PARA A ALMA NO PORTO AMAZÔNIA






















O toró de ontem à noite levou por água abaixo o bate-papo que eu organizei (juntamente com o Zé Maria e o Carlos Iglesias) com Amilton Godoy no Porto Rubaiyat. Vieram apenas três ou quatro gatos pingados (ou pingando?), que tiveram o privilégio de conversar com o pianista do Zimbo Trio e ouvir uma canja (Bachianinha 1 de Paulinho Nogueira, Bachiana e
Trenzinho Caipirinha, de Villas Lobos). Azar de quem faltou. Aliás, está cada vez mais difícil tirar jornalista da Redação. Sei lá se por falta de gente ou por preguiça mesmo, os repórteres se acostumaram a fazer suas matérias por telefone ou por e-mail.

Ontem, por exemplo, perderam uma grande oportunidade de conversar pessoalmente com um dos grandes nomes da MPB, Amilton Godoy, que ao lado de Rubinho Barsotti (bateria) e Luiz Chaves (baixo) formou em 1964 o Zimbo Trio. Além de bom papo, Amilton, com o perdão do clichê, é uma enciclopédia viva da MPB brasileira. Embalados pelo excelente vinho espanhol servido pelo Carlos Iglesias, ficamos ontem até meia noite falando sobre música, Amazônia, história e comemorando os 39 anos de casamento de Ana Luiza e Amilton.

Eu não perderia uma noite dessas nem com dilúvio, muito menos se fosse jornalista da área de cultura. Cresci ouvindo o Zimbo Trio quase todos os dias nos musicais da velha (e legítima) Tv Record. O trio acompanhou todos os grandes cantores e músicos da MPB: Elis, Tom Jobim, Vandré, Chico Buarque, Caetano, Gal, Betânia, Edu Lobo, centenas deles. Não bastasse isto, o
Zimbo Trio criou há 36 anos a Clam, uma escola livre que vem formando jovens músicos como o bandolinista Danilo Brito, a cantora Fabiana Cozza, a flautista e saxofonista Débora de Aquino, o gaitista Gabriel Grossi, o violonista Diego Rubio, Daniel Black e por ai vai.

À propósito: a "coletiva" de ontem era para divulgar o grande show "Amilton Godoy encontra Villas-Lobos", marcado para o próximo dia 16 de dezembro, quarta-feira, às 20h00, no Porto Rubaiyat. É um encontro para poucos (60 pessoas), que faz parte
do projeto Porto Amazônia, um festival de gastronomia, arte e cultura. Um dos destaques do Porto Amazônia, que prossegue até o final do mês no Porto Rubaiyat, é a exposição com 40 fotos dos mais renomados repórteres fotográficos do país, organizada
pelo Jorge Aráujo.

No show da semana que vem, única apresentação, Amilton Godoy conta como o maestro e compositor Heitor Villa-Lobos, um dos maiores gênios da música de todos os tempos, revolucionou e influenciou gerações de grandes músicos pelo mundo. Entre 1905 e 1912, Villa-Lobos desbravou o Brasil e encantado com a Amazônia e influenciado por nossa rica cultura popular, concebeu parte de sua bela e extensa obra.

“Sim, sou brasileiro e bem brasileiro. Na minha música eu deixo cantar os rios e os mares deste grande Brasil. Eu não ponho mordaça na exuberância tropical de nossas florestas e dos nossos céus, que eu transponho instintivamente para tudo que escrevo" - Villa-Lobos.

A grande surpresa é o "data-show" com fotos da Amazônia e de Villa Lobos que está sendo preparado pelo Jorge Araújo e o Amilton Godoy, com a coordenação de Ana Luíza. Imperdível. O preço do ingresso, que inclui coquetel e uma ceia sensacional preparada pelo Carlos Iglesias, regada ao melhor vinho espanhol, é R$ 300/pessoa. Bom para a alma.

Reservas pelo tel. (11) 3077-1111.

Um comentário:

  1. Aproveitei este início de tarde para ler suas últimas postagens.
    Excelentes. Parabéns
    Osvaldo Higa

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